A Música em Minha Alma

A Música em Minha Alma: A História da Menina que Pintava e Compunha

Sabe, a gente está aqui sempre falando de design, de marca, de estratégia, mas tem uma coisa que pulsa no meu peito desde que me lembro por gente: a música. E essa história não começa em um estúdio chique, não. Ela começa com um brinquedo, com afeto puro.

Eu tinha só uns três anos quando ganhei meu primeiro brinquedo musical. Era um trenzinho da Estrela, com aqueles disquinhos coloridos. Lembro da sensação de colocar o disco e a melodia começar, era pura magia, um presente que moldou o que eu sou. Aos quatro, veio o mini teclado da Estrela, meu primeiro instrumento de “gente grande” que me fazia sentir a maestrina do mundo.

O Violão e a Culpa que Virou Canção

A paixão só crescia. Aos oito, um cavaquinho, aprendendo os primeiros acordes. Mas o presente que marcou mesmo foi aos onze anos: um violão Giannini Clássico, raro, com madrepérola. Meu coração de menina brilhava com aquele instrumento nas mãos. Era a música se materializando na minha vida. Mas, veja bem, a gente faz umas escolhas na vida que doem, não é?

Aos catorze, troquei aquela joia por um par de patins. Juro que a culpa nunca me abandonou. É dessas culpas bobas que nos ensinam sobre valor. Por isso, em 2001, eu fiz questão de substituir ele por um Folk Eagles eletroacústico. A dívida de honra estava paga, mas o ensinamento daquele violão ficou.

Aos doze, ganhei um teclado Yamaha, e a casa era palco para as minhas melodias. Mas o mais curioso de tudo é que eu nunca fiz aulas de música. A vida me puxou para o lado do design, para as cores e formas. Quando me dei conta, eu já era uma profissional do Design aos dezesseis anos. A arte me chamava de todos os lados, eu era a mesma menina que amava música tanto quanto pintava todas as superfícies da sala, lembra mãe? Então, seguir para o design parecia o caminho natural da minha vida, o roteiro estava traçado.

O Estúdio e a Voz da Crítica

Mas a música teimava em ficar por perto. Eu gastava toda a minha mesada nos estúdios Midmix que ficavam nos shoppings. Era o meu refúgio, meu pequeno palco. E foi lá que um dia, um “desinfeliz” – como a gente chama alguém que fala uma bobagem – me disse que minha voz não era boa o suficiente. Bem, eu já sabia que eu não era uma Elis Regina, e levei aquela crítica para o peito, mas sem rancor. A música ficou ali, presa nas minhas composições, sempre de fone de ouvido enquanto trabalhava, com o gosto cada vez mais aguçado, mas sem nunca abraçar, de fato, este universo.

Do Pensamento à Ação!

Essa dualidade entre o sonho e a execução é o que move a gente, não é? Para transformar paixões em projetos concretos, é preciso método.

O design me levou a ser quem eu sou, mas a música… a música é o que me mantém inteira. Ela ficou ali, quieta, em cada composição guardada, até que algo mudou. Foi um processo lento, de amadurecimento, de entendimento da minha própria voz, da minha marca. Mas em 2024, aconteceu o ponto de virada. A chave girou. A música finalmente me chamou para o palco de um jeito que não deu mais para ignorar.

E essa reviravolta, a história de como essa menina que compunha escondida decidiu fundar um selo para expor a própria música ao mundo, bem… essa parte eu te conto no próximo artigo. É uma história de marca pessoal, de coragem e de propósito que tenho certeza que você vai amar!

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Dúvidas Rápidas sobre Jornadas Criativas e Carreira

1. É comum ter paixões que ficam “adormecidas” na vida profissional?

Sim, muito comum! A vida nos leva por caminhos que parecem urgentes (como o design para mim), e outras paixões (a música) ficam em segundo plano. O importante é entender que essas paixões adormecidas são a fonte mais rica da nossa criatividade e podem se tornar projetos valiosos a qualquer momento.

2. O que fazer quando uma crítica (como a sobre a voz) nos trava por anos?

Primeiro, respirar. Depois, é preciso internalizar que a crítica é sempre a opinião de um desinfeliz. O importante é a sua voz. A crítica só trava se a gente der poder a ela, e eu dei por um tempo. O caminho é continuar aprimorando, não para provar nada a ninguém, mas por amor à sua arte e ao seu próprio desenvolvimento.

3. Como o meu histórico na música influencia meu trabalho no design?

Influencia demais! Música é ritmo, é harmonia, é estrutura e emoção. O design também. O treino musical, mesmo que intuitivo, aguça o senso de tempo, de composição visual e a sensibilidade para criar marcas que falam com o público. Uma arte alimenta a outra.

4. É tarde para resgatar uma paixão de infância e transformá-la em projeto?

Nunca, meu amor, jamais! A idade e a experiência só dão mais profundidade, mais perspectiva e mais base para o seu projeto. Não existe “tarde”, existe o momento certo para você. Se a chama está acesa, siga o calor dela.

5. O que significa “ponto de virada” em uma carreira já estabelecida?

O ponto de virada é aquele momento de clareza em que você decide que o status quo não te serve mais. É quando uma paixão adormecida, um propósito, ou uma nova visão estratégica, se torna urgente. Não é largar tudo, mas sim integrar o que faltava para que sua vida e sua marca pessoal fiquem 100% autênticas e completas.